quinta-feira, 12 de maio de 2016

CINEMA MEXICANO EM BELÉM



Nos idos de 1940/50 o cinema mexicano produzia em massa o que a gente chamava de “cine bolero”. Cada filme trazia um bolero assinado por Augustin Lara & seguidores. Aqui em Belém “Pecadora”(1947) de José Diaz Morales emplacou 2 semanas no Olímpia quando o normal da casa era de duas estreias em uma semana. E eu lembro de dezenas desses filmes, muitos vetados à minha idade na época pois o normal era focar o meretrício e mulheres que arranjavam amantes violentos e...tuberculose.
Os melodramas mexicanos tinham 3 distribuidoras no Brasil: a exclusiva Pel-Mex , a norte-americana Columbia, e a nacional Art Filmes.Sobrava um pouco para a RKO de Howard Hughes. O selo Pel-Mex chegou a ganhar um slogan do exibidor local que controlava os cinemas Moderno, Independência e Vitoria (Victor e Arthur Cardoso, ambos médicos e meus colegas por um período):”Dura lex sed lex filme bom é da Pel-Mex”).Piada.
Hoje a indústria cinematográfica mexicana mudou muito. Mas é bom lembrar que mesmo no tempo dos boleros havia o que dirigia “El índio” Emilio Fernandez com fotografia de um mestre internacional: Gabriel Figueroa. “A Perola” é um exemplo.
Agora está em Belém um programa vasto de filmes mexicanos enviados pelo consulado do país. Um “Bajo la Metralla” de Felipe Cazals expões muito bem a variedade e qualidade dos produtos.
No filme citado um grupo de guerrilheiros urbanos, certamente inspirados pela Cuba de Fidel, atacam políticos com metralhadoras. O fim é previsível, mas há uma discussão interessante sobre valores revolucionários, ou politicas populistas. Não chega a ser um tratamento profundo, mas abre espaço para debates após a projeção. Isto mostrado em imagens bem trabalhadas, com bons interprete embora sem sair de todo de estereótipos de Bonnie & Clyde.Volto ao assunto outra vez.(Pedro Veriano)

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