domingo, 19 de janeiro de 2014

FROZEN- UMA AVENTURA CONGELANTE

A nova animação dos estúdios Disney procura seguir a tradição dessa companhia baseia-se em um conto de fadas, “A Rainha da Neve”, escrito pelo dinamarques Hans Christian Andersen (1805-1875) a exemplo de outros já tratados pela empresa como Charles Perrault e os irmãos Grimm, entre outros autores, evidenciando princesa(s), príncipe, animais falantes alem de um ou mais malvados. Todos imbuídos de magia suficiente para mudar o cenário nos parâmetros entre o bem e o mal. O novo filme, “Frozen, Uma Aventura Congelante”(Frozen, 2013), tem direção de Chris Buck e Jennifer Lee com roteiro da última. Seguindo a moda é produzido em 3D com a técnica de geração do traço por computadores. Essa é a primeira “vestimenta” que difere a produção das congêneres antigas como dos clássicos “Branca de Neve” e “Cinderela”. Outra vestimenta é a mudança muitas vezes radical da postura das personagens. Se existe uma rima entre o feitiço caído sobre uma princesa e o “tratamento” dado pelo beijo de amor de um príncipe, a fórmula é subvertida na acepção de que um beijo de amor não quer dizer obrigatoriamente entre gêneros. Também não se afirma que o galã seja sempre o nobre cavalheiro como o que dança com a Gata Borralheira até meia-noite. Saindo do original, ”Frozen” mostra que o amor não segue uma fórmula e o “herói” pode muito bem ser a fantasia de um vilão. Ainda mais: ele ratifica a amizade fraterna a ponto de uma irmã arriscar a vida por outra e nenhuma carregar a imagem de malévola sucumbindo a feitiços. As qualidades expostas pela nova história ganham uma construção exemplar sob o ponto de vista técnico. Não é tanto o efeito tridimensional, e o filme pode muito bem ser visto em 2D sem perder seu encanto. O que salta adiante de exemplares atuais do gênero produzidos por diversas empresas (e hoje todos os estúdios de Hollywood possuem departamentos de animação) é a conjunção de elementos clássicos, da cenografia à cinegrafia, ou seja, da construção de interiores à iluminação que abrigam muito bem a trama e o que as personagens devam exprimir. A tradição Disney é, contudo, cumprida na intercessão musical. Desde os primeiros exemplares da animação em longa-metragem, por interposição direta do fundador Walt Disney, os filmes assemelham-se às chamadas operetas, com muitas canções pontuando cenas. “Frozen” está repleto de músicas novas. Os personagens da fantasia – os Troll (pedras falantes) o boneco de neve Olaf (que ama ser abraçado porque fica “quentinho” e Sven, o alce, harmonizam sequencias com a trilha de Christophe Beck. Há canções interessantes como "Quer brincar na neve?", "Vejo uma porta abrir", "Uma vez na eternidade" e "Livre estou" ("Let it go") que traduzida leva à canção conhecida : "É hora de experimentar / Os meus limites vou testar / A liberdade veio, enfim, para mim". O problema, nas cópias dubladas, é que elas não só ganham reprodução não tão boas como as letras deixam longe a criatividade imposta por antigos colaboradores brasileiros no setor como Aloysio de Oliveira e Braguinha (as crianças de sessenta anos atrás sabiam de cor as letras das músicas cantadas pelas personagens como Branca de Neve, Cinderela e/ou coadjuvantes) como nas gravações deficientes as tornam inaudíveis. Lembro que o público deixava a sala de projeção onde era exibido um dos desenhos, cantando as canções que ouvia no filme. Presentemente não é possível repetir a façanha, e paradoxalmente com o maior apuro técnico que é usado. O novo produto Disney é dos melhores dos últimos anos. Pena que a sala onde assisti quebrou a luminosidade do projetor. A dublagem também impõe outro resultado. Mas felizmente o filme consegue superá-las a ponto de poder ser apreciado. (Luzia Álvares)

Nenhum comentário:

Arquivo do blog