sexta-feira, 15 de fevereiro de 2013

"O LADO BOM DA VIDA"

Candidato a vários Oscar, “O Lado Bom da Vida” (Silver Lining Playbook,EUA, 2012) foi intitulado, em Portugal, “Guia Para um Final Feliz”. Fica melhor assim, o registro deste filme, baseado em uma historia de Matthew Quick com roteiro do diretor David O.Russel. Analisando friamente, sem levar em conta detalhes nacionais, ou mesmo regionais, que podem ser observados apenas pelos norte-americanos da região focalizada, trata-se de uma armação romântica dentro dos parâmetros usados pelas comédias românticas de Hollywood. Dessa forma, posso afirmar que o cinéfilo sabe, vendo e avaliando a primeira sequencia do filme, como será a última desse trabalho mais recente do autor de “O Vencedor”. No enfoque da trama, o professor de educação física Pat (Bradley Cooper) passa uma temporada em uma clinica para doenças mentais. Ao sair para a casa dos pais fica sabendo que a sua esposa Nikki (Brea Bee) deixou-o, vendendo a casa em que eles moravam. Traumatizado, o jovem encontra na vizinha Tiffany (Jennifer Lawrence), viúva recente, o apoio necessário. Ela também passou por tratamento psiquiátrico e, como ele, toma remédios específicos para controlar suas emoções. Mas é difícil Pat esquecer a esposa. E apesar de formar com Tiffany um par de dança disposto a concorrer em concurso especifico, escreve à antiga companheira na esperança de que o relacionamento dos dois seja renovado. Além das personagens principais, o filme também apresenta o apostador inveterado e de bom humor, o pai de Pat que também se chama dessa forma (é o Sênior) e a esposa deste, Dolores, justamente quem confia na recuperação do filho. O primeiro é interpretado por Robert De Niro que se mostra muito à vontade, ou como disse um critico, “sendo ele mesmo”. O ator é candidato ao Oscar de melhor coadjuvante e penso numa homenagem por toda a sua filmografia. Já a atriz Jacki Weaver, como Dolores, não tem muito a mostrar. Nenhuma inovação, no processo narrativo, chama muita atenção. O que realmente se sobressai é a expansividade com que Jennifer Lawrence encarna seu papel. E é uma representação difícil. Por mais que o roteiro e a direção não explorem com muita profundidade o drama dos tipos mentalmente traumatizados, ela consegue dar um toque emotivo, expor a instabilidade afetiva que o seu personagem tem de exibir para convencer. Não entendo é como “O Lado Bom da Vida” entusiasmou tanto os associados da Academia de Hollywood para concorrer a nada menos de 6 Oscar incluindo os principais (filme, diretor, ator, atriz e roteiro adaptado). Enfim, a premiação do gênero tem sempre razões que a razão da critica independente desconhece. Não fosse assim e Chaplin, Hitchcock, Stanley Kubrick e tantos cineastas talentosos com filmes exponenciais teriam sido lembrados nessa premiação da indústria (e não foram ). (Luzia Álvares)

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