sexta-feira, 15 de fevereiro de 2013
"DJANGO LIVRE"
"Django Livre” é o melhor filme de Quentin Tarantino desde o excelente “Jackie Brown”. Neste seu novo filme, a questão da escravidão, da vingança, da violência dentro e fora dos personagens e o “plágio” de várias sequências dos grandes filmes (e também de filmes menores) do gênero “western” surgem dentro do estilo do diretor que somente ele sabe como fazer e ainda ser admirado por parte da crítica e por grande parte do público. Em “Django Livre”, os personagens são bem definidos, cada um com sua função clara de construir uma história de vingança e também de amor do escravo Django que luta para reencontrar sua esposa. A odisseia deste personagem, suas dificuldades, seu encontro com um caçador de recompensas, seu reencontro com os homens que lhe maltrataram e finalmente seu êxtase final em comemorar afinal sua vingança e redenção são mostrados em cenas impactantes visualmente, com vários diálogos interessantes (e muitas vezes com uma leve impressão de “deja vu”) e também com uma clara demonstração da cinefilia do diretor que realmente foi/é/sempre será influenciado pelo cinema. Tudo isto faz de “Django Livre” um bom filme, e só. Nada demais no tema, na abordagem, na narrativa. É Tarantino, do início ao filme. É um filme que deve ser visto. E ponto. Não vejo porque a valorização demasiada da obra deste bom diretor. Neste sentido, Tarantino é bom de fazer filme mais é excelente em fazer o marketing de seus filmes que parecem ser melhores do que realmente são. Querer encontrar em seu trabalho alguma profundidade nos temas que aborda (ou copia) é missão impossível. Outros cineastas da sua geração que fazem filmes muito melhores mais que são pobres de marketing, não merecem tanta atenção da mídia e do público. Por que será? Por que será que Hollywood aplaude seu talento, as bilheterias a cada filme crescem, o público fica fascinado com as “cenas” magistrais que ele cria (ou recria) e isto é o suficiente? Sua obra é merecedora de tanta atenção? Boas questões a serem discutidas e refletidas ainda mais quando tantos filmes e diretores bons e melhores não estão sob os “holofotes” da mídia e do público. De qualquer forma, à parte das reflexões sobre sua obra, repito, “Django Livre” é seu melhor filme desde “Jackie Brown”. Como “menos” violência e exageros, Tarantino fez um bom filme que revela mais do que nunca sua arte em fazer bons filmes mais principalmente sua arte em vendê-los aos grandes estúdios e ao grande público. Será sempre assim? Cada filme seu será um evento? Espero que não. Afinal, temos mais e melhores filmes para ver e discutir.
(Marco Antonio Moreira)
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