Filho de operários, Ken Loach vem dedicando sua obra cinematográfica à descrição das condições de vida da classe operária. Deixando de lado a descrição simplista, o cinema deste britâ...
nico que vive na Escócia é permeado por tipos que, independente de qual localidade no mundo na qual vivem, sofrem algum tipo de repressão.
Aí temos os personagens revolucionários de “Pães e Rosas”, a neta de alma nômade e o avô que sofreu com o fascimo em “Terra e Liberdade”, o menino que não se insere em lugar algum de “Kes” ou os esfarrapados soldados irlandeses de “Ventos da Mudança”. Juntando-se a essa galeria de personagem, estão os ‘desajustados sociais’ de “A parte dos Anjos”, o mais recente longa-metragem ficcional de Loach.
Já tendo sido exibido na Mostra de São Paulo, a comédia delicada e um tanto ‘nonsense’ começa com a distribuição das penas de Robbie, Mo, Albert e Rhino. Eles são jovens moradores da cidade de Glasgow, punidos pelo governo e condenados a prestar serviços sociais. O foco de Loach vai se ajustando em Robbie, o jovem com ares de delinquente juvenil que carrega a mácola de ser um fracassado sem chances de prosperar.
Filho de pai alcoolatra, ele é perseguido pelo pai da namorada grávida e por rivais, mesmo quando tenta se afastar de confusão.
Mais uma vez a temática dos párias, daquelas pessoas que, por um abandono institucional, não possuem perspectivas de uma vida melhor, conduz a narrativa de Loach. Quando parece que a história vai ganhar os contornos de mais um contundente drama do cineasta, ele dá um giro e transforma o destino e transforma o destino de Robbie, com a ajuda do funcionário público Harry.
Responsavel por tutelar Robbie e seus amigos, Harry os introduz no fascinante – e bastante escocês – universo dos apreciadores do whisky, o que rende momentos engraçadíssimos de ‘familiarização’ com a bebida. Mais sagaz do que seus companheiros, Robbie vê no talento aguçado que vai desenvolvendo no trato com a bebida, uma oportunidade. Talvez a única de dar uma guinada na sua vida.
Repleto de bons diálogos e situações bem orquestradas, quando a ‘gangue’ de robbie pratica um grande roubo que é fundamental para o rumo que a história toma em sua definição, a “Parte dos Anjos” ainda possui uma delicadeza na caracterização desses personagens fracassados tão humana que é impossível não torcer para que mais uma, talvez a última transgressão, dê certo. Ken Loach preenche de frescor sua filmografia com mais um filme acima da média.(Lorenna Montenegro)
domingo, 11 de novembro de 2012
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nestenponto tenho inveja dos irmãos amazonenses, com o apoio do governo e empresas privadas conseguem realiza um festival de cinema, já nos paraenses...
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