domingo, 14 de outubro de 2012

CINE BANDEIRANTE

O meu Cine Bandeirante (1950-1984) atendeu ao meu amor pelo cinema. Exibiu filmes em 16mm alugados de distribuidoras locais e de cineclubes como ‘O Espectadores”(1955-1956). A”sede” era na garagem de minha casa (Av S Jerônimo, hoje José Malcher). E as sessões eram frequentadas pelos vizinhos, que ajudavam no pagamento dos alugueis dos filmes. Ali foram exibidos de clássicos a boleros mexicanos. Valia tudo. E eu aprendi cinema assim, vendo de a joia e o lixo. Quando Orlando Costa criou “Os Espectadores”, primeiro cineclube local, levava os filmes para que eu os exibisse no Bandeirante contentando quem iria fazer apresenção na sede da SAI (Sociedade Artística Internacional, hoje sede da Academia Paraense de Letras). Frequentadores, além dos vizinhos, lembro de Waldemar Henrique, Benedito e Maria Sylvia Nunes, Francisco Paulo Mendes, Carlos Coimbra, Silvério Maia, um grupo de intelectuais que arrumavam suas cadeiras adiante de uma parede pintada de branco. O Bandeirante também lançava os filmes da Eldorado, ou minha “produtora”, como se fosse uma “premiére” de Hollywood. Os atores iam ver e nem sempre aplaudir. Bem, essas considerações seguem agora, pois andei lendo que o nome do cineminha tinhas um “s” no fim (BandeiranteS) e era restrito a cineclubismo. Nada disso. O nome veio do pioneirismo na exibição domestica do 16mm e do avião que trouxe do Rio o primeiro projetor (um Bandeirante da frota da Panair do Brasil). Penso botar essas considerações em um livro de memórias. É preciso o pingo nos ii pois a Historia que não se registra é, como alguém já disse, a prostituta que todo mundo pega e nem sempre paga.(Pedro Veriano)

Nenhum comentário:

Arquivo do blog