Com a ficção científica “π” Darren Aronofsky estreia em Hollywood imprimindo um estilo muito peculiar
A perturbação numérica vivenciada por um jovem gênio é o foco de “Pi”, primeiro filme de Darren Aronofsky, que vem construindo uma carreira como cineasta afeito as imagens e sensações que povoam os pesadelos. Em exibição na sessão Ciência desta quinta-feira, 25, na Saraiva, a obra em preto e branco não é um programa fácil, mas dá muita margem para argumentações, o que é do interesse da Academia Paraense de Ciências, que programa a sessão juntamente com a Associação de Críticos de Cinema do Pará.
Numa ora solar, ora enevoada Manhattan reside Max (Sean Gullette), um matemático genial que trabalha com computação e, à semelhança de um vampiro, anda pelas sombras. A visão do astro-rei lhe provoca náuseas e constantes dores de cabeças, assim como ruídos estridentes – como o de conversas –, por isso evita o contato com pessoas.
Em busca de um padrão numérico universal, ele finalmente se depara a resposta aos seus estudos sobre as combinações provenientes da Bolsa de Valores de Wall Street. É uma questão de tempo até que ele passe a ser perseguido por magnatas e yuppies que desejam ganhar mais dinheiro através da sua descoberta.
Para Max, a resposta vai além do entendimento físico. Para ele, o padrão é chave para compreender a natureza. Ele acredita que a Matemática é a linguagem da natureza. Ao mesmo tempo, um grupo de judeus acha que o que matemático encontrou foi na verdade um padrão no Torá então ambos tentam fazer com que Max lhe explique sobre sua descoberta.
Em meio a intricada trama investigativa, Max é aconselhado pelo seu mentor Sol Robeson – que na vida real era um grande matemático e jogador de golfe - a tomar cuidado, pois sua pesquisa pode levá-lo a consequências muito graves.
Realizado logo após a formação na Universidade de Harvard, Aronofsky explorou nesse filme os conhecimentos obtidos na academia em interpretação, animação e montagem, aliadas a uma linguagem cinematográfica rebuscada e que bebe na fonte do expressionismo alemão.
Em fevereiro de 1996 começou a criar o conceito de “π”, que levou dois anos para ser lançado e lhe rendeu o prêmio de melhor diretor do Festival Sundance de Cinema, o que lhe gabaritou para dirigir um projeto maior. A marca registrada de Aronofsky é uma técnica conhecida como hip hop montage. Essa técnica mostra imagens ou ações mais com velocidade aumentada, acompanhada de efeitos sonoros, tentando simular alguma ação. (Lorenna Montenegro)
SERVIÇO:
Sessão ACCPA/APC apresenta “Pi (π)”, de Darren Aronofsky. Nesta quinta, 25, às 17h, no espaço Benedito Nunes da Livraria Saraiva ((Boulevard Shopping, 2º piso). Entrada Franca. Após o filme, debate entre o público e membros da Associação de Críticos de Cinema do Pará e da Academia Paraense de Ciências.
quarta-feira, 24 de outubro de 2012
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