domingo, 9 de setembro de 2012

"INTOCÁVEIS"

Um homem rico , erudito e paralitico, precisa de um negro atlético, ex-presidiário e semianalfabeto e para cumprir as suas mais corriqueiras tarefas. “Intocáveis”é um filme francês muito simples que exala emoção. E o faz principalmente porque os dois principais atores convencem. O desconhecido (pelo menos para mim) Omar Sy dá um banho de interpretação. Faz rir de um tema sério- ou triste. O roteiro dos diretores Eric Toledano e Olivier Nakache baseia-se em fato real. Tanto que no fim da projeção, quando passam os créditos, abre-se uma janela para que se veja a dupla que inspirou a filmagem. Dessa forma, o fim é conhecido. Não há “happy” nem “bad” end. Há sempre o quadro alegre de uma dedicação que supera a qualidade de um bom empregado diante de um patrão que nem tem por onde reclamar. Há momentos hilariantes, como o de Driss (Sy) na ópera (ele que nunca havia visto uma). E a experiência desse personagem na pintura. O quadro cômico não atrapalha (ao contrário, endossa) um tratamento sério de um drama real. Nada a lembrar “O Escafandro e a Borboleta” por exemplo. Nunca se diz que Philippe(François Chezet), o tetraplégico, quer se matar. E não faltam dissabores: alem de ter se ferido num acidente que lhe tirou os movimentos a esposa querida morreu. E Driss também não vive nas nuvens: o irmão menor está no caminho do crime e a vida na casa da mãe dele é um inferno, com a própria mãe lhe ralhando. Apesar disso, a dupla sabe brincar. E a sequencia inicial do filme, com os dois desfiando policiais do tráfego, é superlativa em humor. É um dos poucos filmes que eu vi este ano que não me fez olhar para o relógio nem me queixar do ar condicionado em exagero. E a minha sessão foi uma das raras sem que espectadores a abandonassem antes do fim. Assim é o cinema que eu gosto: emotivo e longe de ser chato. Ultimamente deixei de aturar as obras “primas” de festivais que deixam a gente passear e voltar para diante da tela sem que o plano se modifique. Afinal cinema é cinemática, é movimento.(Pedro Veriano)

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