quarta-feira, 15 de agosto de 2012

MARILYN E NIAGARA

Em 1951 o termo “torrentes de paixão” era moda. A canção imortalizada por Elizete Cardoso, chamada “Canção de Amor”, dizia assim: “Saudade, TORRENTE DE PAIXÃO emoção diferente que aniquila a vida da gente com uma dor que não sei de onde vem...” Pois se deu a “Niagara”,o filme de Henry Hathawy, o titulo brasileiro “Torrentes de Paixão”. E no caso a catarata famosa seve de matáfora para o drama conjugal vivido por Marilyn Monroe e Joseph Cotten, ela sensual e adultera, ele o tigre adormecido que “acorda” para a vingança de um adultério. O filme tinha roteiro de “cobras” como Charles Brackett , Walter Reisch e Richard Breen. Comparava o par formado por MM e Cotten com o de Jean Peters e Max Showater(ator que não decolou além de episódio da série “Além da Imaginação”). O primeiro era a própria torrente no modo como se deixava destruir pela paixão. O segundo era o modelo da época, mulher bonitinha e boazinha, marido pateticamente lerdo. Essas figuras alojadas no espaço turístico da queda d’agua viviam dramas cruzados pelo contraste entre eles. E Marilyn pela primeira vez utilizava o estereotipo da mulher sensual, andando como quem dança com um vestido colante que exibia o relevo de suas curvas. Alias foi o primeiro filme que MM apareceu em evidencia.Até então era coadjuvante bonitinha. “Torrentes...”não é o melhor de Hathaway, chamado “mestre do semidocumentário” por um critico brasileiro que aplaudiu o seu “Sublime Devoção”(1948), drama de um advogado que toma a si, sem visar pagamento, o caso do filho de uma faxineira. Também de “Horas Intermináveis”(1951) onde Marilyn era uma das espectadoras de um quase suicida, o homem que ameaçava se atirar do alto de um prédio. Mesmo não ampliando suas conquistas formais o diretor conseguiu dar vivacidade a um melodrama corriqueiro. E entrou na história com a moldagem de uma “vamp” moderna. Daí em diante, La Monroe passou a ser símbolo sexual de uma geração. Rever o filme é interessante. Reabre o cineclube que leva o meu nome. Tudo por conta dos 50 anos de morte da atriz.(Pedro Veriano)

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