sexta-feira, 8 de junho de 2012

SOBRE HOMENS E RATOS

Se existe um cineasta absolutamente autoral no novo cinema brasileiro é o pernambucano Claudio Assis. Sua marca se imprime fortemente a cada novo filme, feito um ”batismo de sangue” de um autor/diretor de uma prolixidade exagerada e exacerbada que faz de cada filme um apocalipse de idéias e quebra de regras e convenções como se fossem o ultimo. Em “Febre de Rato”, o mais recente há um certo “deja vu” correto rumo ao “Cinema Novo”, seja na fotografia, na sonoridade, no discurso ou no mise-em-scène. Ao falar do inconformismo de um poeta arnaquista, que banca a publicação de seu tablóide, cria um mundo próprio, onde ajudar os necessitados é uma mistura de benefício com maldade.  Então vemos aparecer personagens paralelos, uns como fetiches sexistas de atos grupai ou de dupla, mas que desmorona com a chegada de um sentimento que pede e deve ser individual numa relação, o amor por outra pessoa. O coletivo vai as favas e a singularidade do individual brota. O filme é supremo na realidade e desvendar aquilo que queremos e não somos no intimo, de se fazer categórico e emblemático com os que jamais podemos deixar de ser. As atuações são arrebatadoras, de Matheus Nachtergaele, irrepreensível como todas as vezes e Irandhir Santos, de uma insanidade criativa que o papel exige. “Febre de Rota” vai nos corroendo até o final, como se a catarse da existência fosse igual para todos. Corra ! (Ismaelino Pinto)

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