quarta-feira, 28 de março de 2012

LANÇAMENTOS EM DVD

Diminui cada vez mais a janela das exibições dos filmes em cinema para o DVD. Já se encontram nas locadoras: “O Preço do Amanhã”, ”O Palhaço”, ”A Pele que Habito”, “Contágio”e “O Retorno de John English”.
“A Pele que Habito” (La Piel que Habito/Espanha, 2011) foi um dos meus melhores filmes do ano passado. Escrito e dirigido por Pedro Almodóvar. Antonio Banderas, que volta a filmar com o cineasta que o descobriu, protagoniza um cirurgião plástico marcado pela tragédia quando sua esposa sofre um acidente de carro e fica bastante queimada. Em busca da pele ideal para transplante ele usa cobaias humanas. A saga de Frankenstein é lembrada e as imagens extrapolam os esquemas conhecidos de filmes de terror. Pedro Almodóvar aborda a dimensão da sexualidade e a identidade criada a partir de mudanças físicas, apontando o outro lado da questão. A potencialização de formas de poder para “modelar” pessoas, revelada no filme, entra nas discussões atuais que aderem à perspectiva dos estudos de gênero apontando para, inicialmente, as definições culturais do “ser homem” e do “ser mulher” a partir da socialização do ser humano pelo único entendimento que teria a ciência e a cultura – a biologia - e trata das discussões sobre o corpo sexuado, da diferença entre os sexos, mostrando que o ser homem e o ser mulher são relações culturalmente construídas. Recentemente o filme ganhou os prêmios Bafta (Inglaterra), Gota(Espanha) e de Washington(EUA).
“O Preço do Amanhã”(In Time/EUA, 2011) é mais uma história criativa de Andrew Niccol autor de “O Show de Truman”, “Gattaca” e “Simone”. Aqui ele imagina um mundo em que a vida passa a custar dinheiro literalmente. Compram-se anos de vida e, nesse meio, os milionários estão destinados a viver séculos. A situação leva a um romance entre um jovem que recebe uma quantia/anos de um suicida, e uma garota filha de um homem rico e, naturalmente, longevo. A ideia podia gerar mais, caminhando para um suspense de filme de aventura comum, mas não deixa de interessar e tem bons momentos como o momento em que o protagonista tenta dar mais tempo para a sua mãe e ela morre em seus braços.
“O Palhaço”(Brasil/2011) é o segundo filme dirigido por Selton Mello. Ele protagoniza o palhaço Benjamin, atuante num modesto circo com seu pai, Valdemar (Paulo José). Quando resolve reconstruir sua vida e deixa o circo, defronta-se com um mundo injusto que desconhecia. O filme é muito criativo, com um bom argumento, e os dois atores principais Sellton Mello com Paulo José estão excelentes. Vale a pena ver ou rever.
“Contágio” (Contage/EUA 2011) trata de uma epidemia produzida por um vírus desconhecido e que se mostra resistente a todos os medicamentos ao alcance. Com direção de Steven Soderbergh e um elenco all-star (Gwynett Paltrow, Matt Damon, Jude Law, Marion Cottilard (a Edith Piaf do filme “Piaf”), Kate Winslet, Laurence Fishburme e Brayn Cranston, o roteiro critica a indústria farmacêutica mostrando como ela chega a vender placebo como viável para a cura da nova doença.
“Os Muppets”(The Muppets/EUA,2011) ganhou o Oscar de canção (Man or Muppet). Dirigido por James Bodin trata da odisseia de Walter, o maior fã dos Muppets, que viaja a Los Angeles, ao lado dos amigos Gary e Mary, e descobre que Tex Richman quer destruir o Muppet Theatre para explorar petróleo no local. Surge um mutirão de ajuda a Caco para obter, através de programa de TV, US$10 milhões que salvará o espaço dos bonecos. Mais uma animação na técnica stop-motion creditada na popularidade que os heróis da televisão nos anos 60/70 ainda possuem.
O excelente “Divorcio à Italiana”(Divorzio Allá Italiana/Itália 1961) mostra Marcello Mastroianni tentando assassinar a esposa que ele preprarou para ser infiel e, com isso, dar-lhe campo para namorar a prima (Stefania Sandrelli). O tipo vivido por Daniella Rocca é hilariante. O filme fez tanto sucesso que mereceu uma sequencia: “Seduzida e Abandonada”(Sedotta i abbandonata/1964). Direção de Pietro Germi. (Luzia Álvares)

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