segunda-feira, 2 de novembro de 2009

"BASTARDOS INGLÓRIOS" TEM TARANTINO NA SUA MELHOR FORMA

Durante a Segunda Guerra, na França ocupada pelo exército alemão, uma jovem testemunha a execução da sua família pelo coronel nazista Hans Landa. Anos depois, ela tem a oportunidade de se vingar sob a identidade de uma proprietária de cinema em Paris. Em pararelo, um grupo de soldados conhecidos como Os Bastardos se une para lutar contra os nazistas, sem piedade ou tolerância. Em “Bastardo Inglórios”, várias histórias e personagens se cruzam para mostrar a violência e os dramas da guerra neste novo filme do cineasta Quentin Tarantino (Cães de Aluguel/Pulp Fiction/Kill Bil).
Numa mistura inteligente de estilos, Tarantino volta a sua melhor forma num filme irônico sobre a guerra, onde o cinismo dos personagens e a violência dos envolvidos formam um quadro bem definido sobre o que foi este conflito. Procurando dar a sua versão da segunda guerra, sem compromissos com a verdade dos fatos e personagens reais que coloca no seu enredo, Tarantino inteligentemente mistura os personagens de forma criativa, revelando a motivação de cada um dentro da violência que os cerca desde a família da jovem no início do filme até mesmo ao acordo “final” entre velhos inimigos que não é aceito pelos bastardos inglórios que só tem uma lei: acabar com os nazistas. Até aqui, nada de necessariamente original em termos de história mais como Tarantino nos conta este enredo é que surpreende pelo seu próprio estilo de filmar, que esteve em grande forma em “Cães de Aluguel” e “Pulp Fiction” e que aqui se define claramente, mostrando um diretor que recebe inúmeras influências de outros cineastas e escolas de cinema e que transforma isto tudo num modo único de contar uma história.
Aqui, podemos perceber influências claras de diretores como Sérgio Leone, John Ford e Scorsese em sequências antológicas. Além disso, poucos diretores sabem equilibrar a música e a imagem como Tarantino e em “Bastardos Inglórios”, entre tantos momentos marcantes, fica a citação de uma extraordinária sequência onde ouvimos o cantor/compsitor David Bowie cantando “Putting out of Fire”, canção tema do filme “A Marca da Pantera” de 1982. Num ano de bons filmes exibidos nos cinemas, “Bastardos Inglórios” sem dúvida é um dos melhores do ano.

Marco Antonio Moreira

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