sexta-feira, 30 de janeiro de 2009

ACCPA APOIA OFICIALMENTE OS CINEMAS ALTERNATIVOS DA CIDADE

A ACCPA (Associação dos Críticos de Cinema do Pará) de comum acordo com os programadores dos cinemas, apoia oficialmente a partir de agora a programação dos três espaços de cinema alternativos da cidade: O Espaço Municipal Cine Olympia, o Cine Estação e o Cine Líbero Luxardo. Visando dar maior visibilidade aos importantes filmes exibidos nestas salas de cinema da capital, a ACCPA pretende com este apoio oficial colaborar ainda mais com a programação destas salas usando todos os mecanismos de divulgação que possue como blog, Orkut, colunas de cinema e demais ferramentas de comunicação para que o público paraense prestigie cada vez mais os filmes exibidos, a fim de que tenhamos cada vez mais uma programação de cinema mais qualitativa e que ajude a criar uma nova platéia de cinema.

Marco Antonio Moreira

quinta-feira, 29 de janeiro de 2009

PARA BOI DORMIR

Perua inglesa segue ao encontro do marido fazendeiro na Austrália e o encontra defunto. Sabe dos inimigos ligados ao comércio de carne bovina e aprende que para salvar o seu rebanho precisa transportá-lo urgentemente para o porto próximo, uma caminhada por deserto e montanhas a exigir esforço de atletas. No caso ela só tem o capataz, conhecido justamente por Capataz. Ele e um garoto aborígine, seguidos por um velho da região, acompanham a madame, ou são acompanhados por ela, numa aventura a lembrar alguns westerns antigos.
“Austrália” de Baz Luhrman é uma frustração de 2,45 h. Tudo quanto é clichê passa na tela. Quem duvidar que Nicole Kidman, Hugh Jackman e Shea Adams vão acabar juntos e felizes vai ganhar o titulo de analfabeto em cinema comercial. Tudo, mas tudo mesmo, é previsível. E ruim. “Miss”Kidman nunca esteve pior. Escapa pela tangente o menino Shea a quem o diretor pede para ser...ele mesmo. Aliás, o que prende o espectador na poltrona é a série de planos abertos da região, um modelo do uso da tela grande, coisa que o nosso Selton Mello abdicou usando o tipo de tela para focar as sobrancelhas e as rugas de Darlene Gloria.(Pedro Veriano)

quarta-feira, 28 de janeiro de 2009

"A MULHER FAZ O HOMEM" NO CINE CLUBE ALEXANDRINO MOREIRA DIA 02/02


“A MULHER FAZ O HOMEM”
DIA 02/02 ÀS 19 H no IAP (Instituto de Artes do Pará)
Entrada Franca
(Mr. Smith Goes to Washington)/EUA-1939/Direção de Frank Capra/Roteiro de Sidney Buchman/Fotografia de Joseph Walker/Música de Dimitri Tiomkim
Elenco: James Stewart, Jean Arthur, Claude Rains, Edward Arnold e Thomas Mitchell
Sinopse: Um suplente de senador, Jefferson Smith (Stewart), chefe de um grupo de escoteiros e residente no interior de Washington, é guinado ao posto quando morre o dono da cadeira. Idealista ao extremo, ele defronta-se com senadores corruptos e decide enfrentar o grupo majoritário contando apenas com a sua boa intenção e o apoio dos interioranos como ele. A sua cruzada democrática ganha evidencia quando é obrigado a discursar por 12 horas em favor de seus projetos.
Importância histórica:- A história de Lewis R. Foster foi comprada pela Columbia em 1937 para um filme a ser dirigido pelo mais prestigiado cineasta contratado pelo estúdio, no caso Frank Capra, vencedor dos Oscar por “Aconteceu Naquela Noite”(1934) e “Do Mundo Nada se Leva”(1938). Ao ler um resumo, Capra rejeitou o projeto. O diretor seria, então, Roubem Mamouliam. Mas uma releitura do roteiro fez Capra mudar de idéia. Ele queria Gary Cooper para o papel principal e chamaria o filme de “Mr. Deeds Góes to Washington”, uma continuação do papel que Cooper fez para o seu “O Galante Mr Deeds”(Mr. Deeds Góes to Town). Acontece que Cooper estava trabalhando para o produtor Samuel Goldwyn e não pôde aceitar a oferta. Capra lembrou de seu ator em “Do Mundo Nada Se Leva”: James Stewart. E o filme acabou dando a Stewart uma indicação ao Oscar (foram 12 indicações com 1 vitória:o melhor roteiro.Durante a 2ª,Guerra o filme chegou a ser proibido pelo patriarca da família Kennedy como “anti-americano” devido a critica que fez ao Senado. Hoje está entre os primeiros a serem selecionados pelo Registro da Biblioteca Nacional do Congresso e ainda pelos técnicos em conservação da Biblioteca de Cinema de Dayton em Ohio.
PRÓXIMO PROGRAMA: Dia 16/02 :“Asas”(1929) de William Wellman, com Gary Cooper. O primeiro filme a ganhar o “Oscar”. Após o filme, debate sobre o “Oscar”, o maior prêmio do cinema americano.

Pedro Veriano

"WHITE PALMS" NO MOVIECOM ARTE DE 29/01 À 05/02


PALMAS BRANCAS (WHITE PALMS)
Direção: Szabolcs Hajdu
Duração: 97 minutos
Genêro: Drama
Horário: 15:40 h (Moviecom Castanheira Sala 04)
Classificação Etária: 12 anos
Sinopse: Ginasta húngaro tem sua carreira interrompida por uma lesão. Muda-se para o Canadá para refazer sua vida como treinador. Ao se deparar com um promissor ginasta, passa a treiná-lo sob rígidas normas para domar sua rebeldia e desatenção
APOIO:
ACCPA (Associação dos Críticos de Cinema do Pará)

terça-feira, 27 de janeiro de 2009

OS MELHORES FILMES DOS LEITORES DE "PANORAMA"

Há cerca de 30 anos (dos 36 de Panorama) este espaço promove a manifestação de seus leitores na escolha anual dos melhores filmes. Este ano não poderia ser diferente. Doze listas foram recebidas, alguns leitores já participam há mais de vinte anos, outros são ?leitores novos?. Os que contribuíram nesta seleção demonstraram não só certa afinidade com a escolha da ACCPA, como se identificaram com o bom cinema que tem sido exibido em meio aos lançamentos do ?cinemão?. Abaixo a lista geral dos leitores e suas listas individuais.

RELAÇÃO GERAL DE FILME DOS LEITORES:
1º - Sangue Negro, de Paul Thomas Anderson -----------------------76 pts.
2º Batman - O Cavaleiro das Trevas, de Christopher Nolan---------45 pts.
Wall-E, de Andrew Stanton) -----------------------------------------45 pts.
3º Onde os Fracos Não Têm Vez, de Ethan e Joel Coen--------------41 pts.
4º O Sonho de Cassandra, de Woody Allen------------- ---------------37 pts.
5º O Escafandro e a Borboleta. de Julian Schnabel------------------- 33 pts.
6º Piaf,um hino ao amor, de Oliver Dahan------------------------------28 pts.
7º Vicky Cristina Barcelona, de Woody Allen) ----------------------- 27 pts.
8º º Desejo e Reparação, de John Wright ---------- --------------------26 pts.
9º Ensaio sobre a Cegueira, de Fernando Meirelles -------------------23 pts.
10º Antes que o Diabo Saiba que Você Está Morto, de. Sidney Lumet) ---21 pts.

RELAÇÃO INDIVIDUAL DOS LEITORES:

Margarida Xerfan
1. Vicky Cristina Barcelona2. Um Beijo Roubado3. Sangue Negro4 . Batman - O Cavaleiro das Trevas5. Medos Privados em Lugares Públicos6. Wall-E7. O Sonho de Cassandra8. Antes que o Diabo Saiba que Você Está Morto9. Longe Dela10. Na Natureza Selvagem

Edyr José Pereira Falcão Junior
1.O Escafandro e a Borboleta2.A Idade da Inocência3.Angel4. Desejo e Reparação5. Sangue Negro6.Fim dos Tempos7. Juno8. Beijo Roubado9. O Sonho de Cassandra10. O Império dos Sonhos

Nelson Alexandre Johnston
1. Sangue Negro2. Wall-E3. Piaf, Um Hino Ao Amor4. Desejo E Reparação5. O Assassinato De Jesse James Pelo Covarde Robert Ford6. Across The Universe7. Mamma Mia!8. O Sonho De Cassandra9. Vicky Cristina Barcelona10. Batman - O Cavaleiro Das Trevas

Cybelle Miranda
1. Conversas com meu jardineiro *2. O Sonho de Cassandra3. Piaf, um hino ao amor4. Ensaio sobre a Cegueira5. A Sombra de Goya6. Antes de Partir7. Across the Universe8. Medos privados em lugares públicos9. Jogo de Cena10. Desejo e Reparação

Paulo Thiago P. Carneiro
1- 4 Meses, 3 Semanas e 2 Dias2- Onde os Fracos Não Tem Vez3- Medos Privados em Lugares Públicos4- Sangue Negro5- Na Natureza Selvagem6- O Escafandro e a Borboleta7- Longe Dela8- Linha de Passe9- Batman - O Cavaleiro das Trevas10- Não Estou Lá

Nirothon Pereira
1. Batman, o cavaleiro das trevas2. Os donos da noite3. Ponto de vista4. Longe dela5. Sangue negro6. Desejo e reparação7. Na natureza selvagem8. O nevoeiro9. Antes de partir10. O caçador de pipas

Jeison Texican C. Guimarães
1. Wall-E2. Piaf, Um Hino Ao Amor3. Across The Universe4. Beijo Roubado5. O Sonho De Cassandra6. Vicky Cristina Barcelona7. Sangue Negro8. Mamma Mia!9. Desejo E Reparação10. Batman - O Cavaleiro Das Trevas

Michel Miranda
1º Batman ? O Cavaleiro Das Trevas2º Sangue Negro3º Wall-E4º Ensaio Sobre A Cegueira5º O Escafandro E A Borboleta6º Na Natureza Selvagem7º Vicky Cristina Barcelona8º Antes Que O Diabo Saiba Que Você Está Morto9º Onde Os Fracos Não Tem Vez10º O Sonho De Cassandra

Maurício Borba
1. Onde os Fracos Não têm Vez2. Sangue negro3. Fim dos Tempos4. O Sonho de Cassandra5. Antes que o Diabo Saiba que Você Está Morto6. Wall-E7. Desejo e Reparação8. Piaf9. O Escafandro e a Borboleta10. O Assassinato de Jesse James pelo Covarde Robert Gordon

Laércio Barbosa
1. Batman - O Cavaleiro das Trevas2. Ensaio Sobre a Cegueira3. Wall-E4. Desejo e Reparação5. Juno6. Onde os Fracos Não tem Vez7. Vicky Cristina Barcelona8. REC9. 007 - Quantum of Solace10. Cloverfield

Maurício Borba Filho
1. Sangue Negro2.Onde os Fracos Não Têm Vez3. Kill Baby Kill, de Mario Bava4. Uma Mulher Sob Influência5. Império dos Sonhos6. Fim dos Tempos7. Sonho de Cassandra8. Vicky Cristina Barcelona9. Faces10. Batman, o Cavaleiro das Trevas

Orlando S. Falcão de Campos
1. O Escafandro e a Borboleta2. Antes que o Diabo Saiba que Você Está Morto3. Irina Palm4. Sangue Negro5. Onde os Fracos Não Tem Vez6. Longe Dela7. Em Busca da Vida8. Batman, O Cavaleiro das Trevas9. Em Paris10. Na Natureza Selvagem

A lista geral dos leitores recebeu 11 indicações em 10 lugares, visto que Batman e WALL-E tiveram o mesmo número de pontos, empatados no 2º lugar.Comparando a relação geral dos leitores e a da ACCPA, vê-se que estas se afinaram no 1º lugar, com a indicação de Sangue Negro. Outros três filmes (Batman, Onde os Fracos não têm Vez e O Sonho de Cassandra) também comparecem nas duas relações. Woody Allen registrou sua popularidade com os dois filmes lançados em Belém constando na lista geral. Fernando Meirelles (Ensaio sobre a Cegueira) também confirmou essa a popularidade. Quanto a WALL-E foi votado sem especificação da categoria animação (como feito entre os críticos), ficando em 2º lugar. Muito significativo dessa lista é que dos onze filmes escolhidos, cinco foram exibidos no circuito alternativo (Moviecom Arte, Cine Líbero Luxardo e Cine Estação) o que referenda esses espaços com a responsabilidade de estimular a formação de platéias para o cinema de qualidade.
Agradeço aos leitores a participação nesta promoção anual de Panorama.

Luzia Miranda Álvares
luziamiranda@gmail.com

A OFENSA E A FÚRIA

O mundo vê estarrecido as flagrantes cenas de guerra entre israelenses e palestinos. Acirram-se os ódios a cada dia, no oriente médio tendo como pano de fundo quer seja a definição de terras ou a dimensão religiosa. Em outros lugares a escalada da violência se estabelece desde as questões sociais onde a quebra de valores incita a banalização da agressão pontuada seja por um ato de discriminação ou acusações infundadas em nome de uma suposta ética. O coletivo bestializado surpreende porque aproveita a ocasião e acusa ainda mais. E essa incitação não tem mais fim. Introjeta-se nas mentes o senso do racional e este passa a servir de explicação e se torna o grande trunfo para os supostos vencedores.
Ao assistir a “Gesto Obsceno” (Foul Gesture/Israel, 2006) dirigido por Tzahi Grad senti que naquele microcosmo onde se passa a ação do filme, os autores não estavam referindo apenas um caso isolado, mas traduziam as situações agressivas em construção extravasando para além fronteiras de um cotidiano doméstico.
O roteiro original de Ya'ackov Ayali e Gal Zaid trata de Michael Klienhouse (Gal Zaid), um escritor em fase de pouca inspiração para escrever um novo livro, que ao conduzir no carro da família a esposa, Tâmara (Keren Mor) e o filho menor, David (Tal Grushka) e parar por insistência dela em lugar onde outro carro está transitando, se vê diante de uma cena aparentemente comum: o carro que se acha impedido de transitar passa a buzinar ininterruptamente, a esposa pede calma ao condutor ansioso, mas quando este não atende ela revida com um gesto obsceno. Dreyfuss (Asher Tzarfati), o condutor impaciente avança de qualquer jeito e o carro dele “tira um fino” do outro, arrancando a porta do veículo do casal.
Esse é o inicio de uma ciranda de violência que o diretor Tzahi Grad trabalha em estilo minucioso, sem pressa, definindo a mudança que se opera no aparentemente pacato personagem. Michael vai à delegacia de policia relatar o acontecimento, em seguida procura a companhia de seguro que exige documentação do carro agressor. Neste caso, ele procura Dreyffus e descobre ser ele um policial com horárias, mas agressivo e que amedronta qualquer um. Mesmo assim, Michael procura-o, insiste no pedido dos documentos do seguro, tudo em vão, forçando o escritor a tomar uma atitude, arranhando o automóvel da pessoa que lhe deu prejuízo. Com isso passa a ser alvo do grupo de policiais que acompanha Dreyfuss, também um “chefão” que comanda um bar conhecido no local.
O filme centraliza a ação em Israel dos dias de hoje. E numa semana cheia de comemorações como o Dia do Holocausto, O Dia do Soldado Israelense e o Dia do Culto Pela Paz. Em cada dia e em determinada hora a sirena anuncia o momento do reconhecimento dessas datas e todos guardam um minuto de silêncio onde estiverem, numa reverência ao fato comemorado. Em meio a isso, observam-se nuanças da violência que ocorre na fronteira. Tamara é chamada ao hospital onde trabalha quando um carro-bomba atinge algumas pessoas. Michael já foi combatente, atuando na artilharia, e o seu conhecimento de armas leva-o a procurar o mercado negro para comprar o que acha ser a sua defesa contra Dreyfuss. Em suma: enquanto ocorre a guerra permanente com os palestinos, dentro do país cidadãos comuns entram em choque, partindo de desaforos morais ao desforço físico.
O último plano do filme faz analogia entre um carro-bomba dos muitos usados pelos palestinos com um artefato semelhante usado por um até então respeitado cidadão comum israelense.
“Um Gesto Obsceno” arma toda a arquitetura da violência. Não é uma “violência gratuita” como mostrou Michael Haneke no seu filme recentemente exibido por aqui. É uma violência que se corporifica a partir do silêncio das instituições e da necessidade que um homem sente em demonstrar para si e para os seus familiares (especialmente para a esposa que o desqualifica sistematicamente e ao filho pequeno) a sua necessidade de revidar a um insulto.
O trabalho de Tzahi Grad dá muito que pensar. O seu estilo seco, usando bem o elenco, retira toda a esquematização do drama. Quando o filme foi anunciado e o resumo de seu argumento chegou à imprensa, supus que ele tivesse afinidade com a produção norte-americana “Enquanto Ela Está Fora”(While She Was Out, EUA, 2008 e só em DVD) também um gesto desaforado (nem tanto obsceno) que serve de estopim a uma explosão de atos violentos. Mas há muita diferença entre os dois títulos. Na obra israelense o fato que estaria restrito a uma área particular ganha uma dimensão muito maior, chega ao âmbito da critica sobre a condição humana e avança para tratar da crítica política, embora com o cuidado em ressaltar que a violência se constrói de forma banalizada e a absorção desses atos assume um ponto crucial no status quo. Vê-se, a exemplo, a máscara do ator Gal Zaid que protagoniza Michael. A seqüência inicial apresenta-o como um homem ingênuo, dócil, assumindo o papel de conciliador quando a esposa quer que ele siga o carro que derrubou a porta do seu e quase a atropela. Ele simplesmente diz que anotou a placa. O processo narrativo mostra as mudanças graduais em suas atitudes e expressão. No final resta o close de outro homem poderoso, de um combatente que antes fizera a guerra no deserto e hoje assume a mesma posição na área urbana. E mais: contra outro tipo de inimigo.
Como eu disse acima, o desacato sistemático que certas pessoas se acostumam a aplicar nos seus semelhantes é aceito pela maioria e explicado como sem importância. É a banalidade da violência.
Há outros detalhes que servirão para um novo enfoque sobre o filme. Mas por ora deve-se registrar sua boa realização capaz de suscitar debates interessantes sobre um tema muito atual. Procurem ver. Mais um bom título do programa Moviecom Arte patrocinado pela ACCPA.
Cotação: **** (Muito Bom)

Luzia Miranda Álvares
luziamiranda@gmail.com

domingo, 25 de janeiro de 2009

O MENTIROSO, O FALSO E O HEMATÓFAGO

“Fellini, O Grande Mentiroso” é um documentário muito interessante sobre o mestre italiano. Ele mesmo conta o que pensa e o que dele pensam. Chega a dizer que contou tanta mentira sobre a sua vida que já nem sabe (sabia, pois o grande cineasta se foi há mais de 15 anos) o que é verdade. Certo ou errado de suas lorotas ou de suaslembranças alimentou-se uma geração de cinéfilos. Um de meus filmes preferidos é “Os Boas Vidas”(I Vitteloni) , aparentemente pessoal a seguir Moraldo (Franco Interlenghi),o mais evidente dos “bezerrões” que faziam a noite de Rimini antes de se mandar para Roma . Era, em 1953, um Fellini puro, ingênuo, poético, mais perto da gente do que a sua fase alegórica, as suas concepções surreais com vôos que chegaram a amarrar a lua com barbante (uma corruptela do que Jimmy Stewart disse a Dona Reed em “A Felicidade Não Se Compra”, quando ele lhe oferece a lua e ela a engoliria e sairia luz pelas pontas de seus dedos). Refiro-me a “Vozes da Lua”, o último filme do diretor, um titulo amaldiçoado desde que se exibiu para gatos pingados nos cinemas italianos. Sei não, mas uma volta, agora, era mais do que oportuna. Eu gostaria de (re)ver.
O documentário que esteve no Cine Libero Luxardo pode ser encontrado como bônus no DVD de “Os Palhaços” há muito nas locadoras (ou só na Fox da Dr. Moraes). É preciosidade. Vejam.
Falso é “O Dia em que a Terra Parou 2008”. Ganharia corpo por aqui, agora, com o Forum Social, se Klaatu (Keannu Reves), na cartilha de Michael Rennie sem lhe chegar aos pés (Rennie estrelou a primeira versão da história, dirigida por Bob Wise), não omitisse o discurso que encerra o filme de 1951, um sermão para menino malcriado que revela a missão dos ets: “-Vocês deste planeta aprenderam a usar a energia nuclear e nós os conhecemos e temos medo que vocês levem a destruição em massa para o nosso mundo. Portanto, se não aprenderem a conviver nós vamos intervir”. Isso, dito no auge da “guerra fria”, era um balde de água morna. Dissolvia gabolices de sectários. Agora, fiel a Al Gore, o visitante do espaço pede equilíbrio ecológico. E a gente pergunta: “-Que diabos os seres de outra galáxia tem a ver com a nossa poluição ?”
Ah sim: Klaatu troca o disco voador por uma esfera monumental confundida com um asteróide gigante. Tudo para fomentar efeito especial. O tamanho da babaquice.
E para terminar, o jovem vampiro que namora uma garotinha legal e não pode sequer lhe dar um cheiro no pescoço sob pena dela entrar para o seu clube. A idéia é da escritora Stephenie Meyer, americana de 37 anos que descobriu a pólvora bolando um romance sem sexo por conta de uma forma de castidade profilática, ou seja, uma forma de reedição da maçã edênica. Refiro-me a “Crepúsculo”(Twlight), o titulo preferido da moçada que se conforma em não transar com o namorado nem com a camisinha do Homem de Ferro.
O cinema vive de sonhos. E os sonhos variam na razão direta do intelecto de quem sonha. Um empresário de Hollywood sonha com uma adaptação estilo blockbuster de seu talão de cheques.
(Pedro Veriano)

quinta-feira, 22 de janeiro de 2009

"HANNAH SOBE AS ESCADAS" NO MOVIECOM ARTE DE 22 À 29/01


De 23/01 à 29/01/09
"HANNAH SOBE AS ESCADAS “
Com Greta Gerwing
Direção : Joe Swanberg
Duração : 83 minutos
Horário : 14:05 h
Local : Moviecom Castanheira Sala 04 - Projeção Digital
Genêro : Drama
Classificação Etária : 14 anosSinopse : Recém formada, Hannah vai trabalhar numa produtora, mas se apaixona pelos dois roteiristas que trabalham com ela. Enquanto se afasta do seu namorado, questiona se um possível envolvimento com os colegas poderá quebrar a harmonia profissional do trio.
Apoio : ACCPA

Marco Antonio Moreira

"NOSFERATU" DE MURNAU NO CINE CLUBE ALEXANDRINO MOREIRA DIA 26/01


Dentro da programação feita pela ACCPA no Cine Clube Alexandrino Moreira localizado no IAP, será exibido nesta segunda-feira, dia 26/01, às 19 h, com entrada franca, o clássico "Nosferatu: O Vampiro da Noite".
Vejam informações do boletim da ACCPA sobre o filme :
"NOSFERATU: O VAMPIRO DA NOITE"
Original: Nosferatu, Eine Symphonie des Grauens
Alemanha, 1922
Direção de F. W. Murnau.
Roteiro de Henrik Galeen inspirado na obra de Bram Stoker (sem autorização)
Elenco: Max Schreck, Gustav Von Wangenheim, Greta Schröder.
Resumo- O corretor Thomas Hutler visita o conde Orlov sem saber que se trata de um vampiro. Este se apaixona pela mulher de Thomas, a jovem Ellen e quer transformá-la em vampiro como ele.
Importância histórica- O filme é um dos mais importantes do movimento expressionista no cinema alemão, seguindo “O Gabinete do Dr Caligari” de Robert Wiene feito três anos antes. Baseia-se no livro de Bram Stoker mas a abordagem deu em processo movido pela viúva do escritor. O sucesso mundial levou o cineasta a projetos mais ambiciosos culminando com “A Ùltima Gargalhada”(Der Letze Mann), trabalho sem qualquer dialogo em legenda (trata-se ainda de filme mudo), o seu passaporte para Hollywood onde faria “Aurora” e “Tabu”.

segunda-feira, 19 de janeiro de 2009

"GESTO OBSCENO" NO MOVIECOM ARTE


"GESTO OBSCENO" NO MOVIECOM ARTE DE 16 À 22/01
Direção: Tzahi Grad
Produção : Israel
Genêro : Drama
Sinopse : Michael Klienhouse é o típico homem comum, casado e pai de um filho. Um dia, conduzindo sua família de carro, ele fecha o seu vizinho Dreyfus no trânsito. Sua esposa Tamar faz um gesto obsceno para Dreyfus, que revida jogando deliberadamente seu carro contra o de Michael, quase acertando Tamar. Michael acredita que pode resolver o mal-entendido chamando as autoridades, sem saber que Dreyfus é um violento veterano de guerra com altas conexões. Recusando-se a capitular diante do poder, Michael enfrenta um verdadeiro pesadelo. Prêmio de Melhor Filme no Festival Internacional de Cinbema de Haifa
Apoio : LOJAS VISÃO E ACCPA
Marco Antonio Moreira

quinta-feira, 15 de janeiro de 2009

AINDA "A TROCA"


Dando continuidade ao enfoque sobre o filme "A Troca"(Changeling/EUA, 2008) espero avaliar sua afinidade com o chamado "film noir", titulo dado aos exemplares que geralmente tratavam de enredos policiais e se caracterizavam pela imagem escura, com os detetives trajando capas longas e chapéus de feltro, envolvidos em uma trama rocambolesca que se dirigia para a descoberta de um criminoso ou das causas que envolviam um crime. Os "noir", que nos livros de história do cinema tem o nome ligado ao produtor Jack L. Warner, que assim teria chamado as produções de baixo orçamento de sua própria firma (Warner Bros) ligadas ao gênero (policial/suspense), devem, também, o título aos críticos franceses (daí o termo "noir"/negro), estes culpando a Warner de economizar luz (spots) nas filmagens. Tantas "desculpas" acabaram por deixar marcas indeléveis na indústria cinematográfica, e, pode-se dizer que muito se deve ao cineasta John Huston, inicialmente como roteirista depois dirigindo exemplares marcantes do gênero como "Relíquia Macabra" (The Maltese Falcon/1949) e "O Segredo das Jóias"(The Aspohalt Jungle/1950).
"A Troca" é ambientado na Los Angeles do final dos anos 20 e a recriação do ambiente é um dos pontos altos da produção, também assinada (assim como a música) por Clint Eastwood, com direção de arte (cenografia) a cargo de Patrick M. Sullivan Jr. Esta ambientação já promove o filme à "noir", auxiliada que é pela introdução em preto e branco (em negativo colorido) com a logomarca da Universal Pictures da época (as letras girando em torno do globo). Mas a iluminação, a cargo de Tom Stern é capital para o desenvolvimento da trama e se alia aos requisitos dos "noir" típicos. Os enquadramentos, especialmente na casa de Christine Collins (Angelina Jolie) jogam a luz, em tom vermelho ou negro, para o lado e trabalham a economia de cores na construção de um ambiente que induz ou prediz a angústia que cerca a personagem. Pode-se perguntar por que o recurso não chega à fazenda onde se dá o crime hediondo que marca o filme. Mas, apesar da seqüência escura das crianças tentando fugir de um espaço cercado por alambrados, o quadro não é presenciado pela mãe do menino desaparecido. Ela é o centro das atenções da câmera e em torno dela corre todo o processo narrativo, com as exceções cenográficas endossando o conjunto.
É possível observar que a mis-en-scène de "A Troca" é fundamental na exposição da argumentação narrativa conduzida por um roteiro bem escrito.
Assisti ao filme de Clint Eastwood depois de ver o também importante "Lanchonete Olímpia" (Chocking Man/2006) fazendo o programa Moviecom Arte (sessão de 14 horas na mesma sala que exibe, a partir das 15h45, a obra de Eastwood). Apresso-me em recomendar aos leitores este filme porque o mesmo sairá de cartaz nesta quinta-feira, dia 15.
Aproveito o espaço para tratar de um filme que foi exibido e não mais estará à disposição do nosso público em tela grande (quem não viu no Cine Estação) deve esperar o DVD. Trata-se de "Mandela" (Goodbye Bafana/EUA, África do Sul, 2007) de Bille August. O roteiro de Gregg Later com base nos livros de Bob Graham e do próprio personagem James Gregory, aborda os anos de prisão do líder sul-africano Nelson Mandela, período em que os ingleses tiraram de cena uma figura popular deixando, no entanto, um movimento de violência nas ruas que acabaria por encerrar o famigerado "appartheid", sistema que tirava o poder do país das mãos da maioria negra, não só libertando Mandela como guinando-o à presidência que exerceria por algum tempo.
A narrativa linear procura dinamizar os fatos históricos como se o texto literário (a forma de uma novela) estivesse sendo lido através de imagens. Isto, aliás, é uma especialidade, digo assim, do diretor que realizou, entre outros títulos, "Pelle O Conqusitador" e "A Casa dos Espíritos".
O ator Joseph Fiennes protagoniza o sargento James Gregory nomeado para um cargo da Inteligência política do governo, numa prisão, onde fiscaliza as correspondências dos prisioneiros entre os quais se acha Nelson Mandela. Por seu desempenho, pode ser promovido a tenente se continuar denunciando as "partes proibidas" escritas nas cartas recebidas ou enviadas. Ele vai cumprindo a sua missão, mas a consciência dos fatos que presencia sendo também responsável pelos excessos quando uma denuncia que faz ao comando maior leva à morte o filho mais velho de Mandela em um suposto desastre de carro. Em seguida o militar começa a se questionar vendo os atos bárbaros de seus conterrâneos para com os prisioneiros. Seus dois filhos ainda criança sentem-se constrangidos com o que vêem e a ele cabe decidir atitudes que minam a sua carreira e chegam a preocupar a esposa, que sempre deseja melhoria de condições de vida (ela exerce a função de cabeleireira).
Fiennes está muito bem, e não se pode criticar igualmente a Dennis Haysbert, com boa caracterização do tipo que encarna, Nelson Mandela. Da mesma forma a narrativa procede como um documento para os que desconhecem o "appartheid" e como se deu a mudança política na África do Sul. Deixa na lembrança do espectador o papel de Gandhi na Índia. Uma peça histórica que o cinema estampa com sobriedade, merecendo atenção.
SITE
No dia 14, quarta feira, foi inaugurado o site do Espaço Municipal Cinema Olympia, no próprio recinto. Produzido pela Sol Informática, o espaço na Internet tem links para várias informações, como a história do mais antigo cinema do Brasil e curiosidades em torno de sua longa e produtiva presença como espaço cultural. Também focaliza a programação diária. Uma página bem construída que estava sendo pedida pelos que entendem que o Olympia faz parte da história de Belém. Afinal um presente para o aniversário da cidade.

Luzia Miranda Álvares
luziamiranda@gmail.com

quarta-feira, 14 de janeiro de 2009

"BERLIN ALEXANDERPLATZ" NO CINE LÍBERO LUXARDO


Maratona "Berlin Alexanderplatz" de Rainer Werner Fassbinder.
Cine Líbero Luxardo (CENTUR) - ENTRADA FRANCA
De 14 a 18 de Janeiro (quarta a domingo) a partir das 17:00h
Direção: Rainer WernerFassbinder,
Elenco: Günter Lamprecht, Hanna Schygulla, Barbara Sukowa, ElisabethTrissenaar e Gottfried John.
SINOPSE : Franz Biberkopf é um homem calmo, doce, delicado, mas também rude,violento e brutal, que vive na Berlim do final dos anos 1920. Ele anda pela cidade sem perspectivas, objetivos ou trabalho. A única coisa queo mantém em pé é a crença de que os seres humanos são bons,independentemente do quanto possam ser nocivos. A história começa quando Franz Biberkopf deixa a cadeia de Tegel, após cumprir quatro anos de prisão por homicídio. Andando sem rumo pelas ruas de Berlim,decide começar uma nova vida. Ele tem poucas pessoas com quem pode contar: sua ex-namorada Eva, agora uma prostituta de luxo, e o práticodono da hospedaria e sua esposa. Mas ninguém consegue trabalho paraele. Sentindo-se inútil, indesejado e desprezado, entrega-se à bebida.Com uma duração aproximada de 15 horas, "Berlin Alexanderplatz" é considerado a grande obra-prima de Fassbinder que morreu em 1982, deixando uma filmografia de mais de 40 filmes.

A TROCA DESUMANA


Clinton Eastwood Jr. fará 79 anos no próximo dia 31 de maio. Nascido em S. Francisco, Califórnia (USA), tem registrado seu perfil como Clint Eastwood desde os anos cinqüenta do século XX, como ator, diretor, produtor, roteirista, compositor e tantas outras dimensões que são parte da criação cinematográfica. Não só para o cinema em si, mas para a TV. Sua primeira aparição nas telas foi em “Revenge of the Creature (A Revanche do Monstro, 1955) dirigido por Jack Arnold, no papel não creditado de um técnico de laboratório. Nesse mesmo ano foi levado à TV por Dick McDonough em “Allen in Movieland”, com Steve Allen apresentando a banda de Benny Goodman num programa da Universal Studio. Clint teve o seu primeiro contrato assinado nessa empresa. Mas o que deu maior visibilidade ao então ator Eastwood foi sua presença em três filmes de Sergio Leone: “Per un pugno di dollari” (Por Um Punhado de Dólares 1964), “Per qualche dollaro in più” (Por Uns Dólares a Mais1965) e “Il Buono, il brutto, il cattivo”(3 Homens em Conflito 1966).
Estas referências curtíssimas querem apenas iniciar o texto sobre o mais recente trabalho do diretor Eastwood que desde os anos setenta está “por trás das câmeras” (Play Misty for Me, Perversa Paixão, 1971; The Beguiled: The Storyteller, 1971, curta metragem) e hoje circula entre nós com um dos filmes possivelmente já na lista de melhores filmes deste ano: “A Troca” (Changeling, USA, 2008). Com roteiro de J. Michael Straczynski o filme inspirou-se no drama de Christine Collins (Angelina Jolie), moradora no subúrbio de Los Angeles que em 10 de março de 1928, ao retornar à sua casa depois de um dia de trabalho extra como telefonista, percebe o desaparecimento de seu filho Walter, de oito anos. Depois de procurar intensamente nos arredores, telefona ao Departamento de Polícia (LAPD), mas em vão, eles dizem só receber esse tipo de denúncia depois de 24 horas. Daí em diante a busca inicia, seguem-se meses de investigação quando, certo dia, a mãe recebe a noticia de que seu filho fora encontrado. Mas ao olhar a criança Christine percebe não ser Walter, sendo, entretanto, obrigada pela polícia a confirmar que é o filho até acostumar-se com as mudanças que eles dizem ter ocorrido com o garoto se tornando estranho para o reconhecimento imediato. Daí em diante inicia-se a via crucis dessa mulher tentando provar que o menino não é seu filho, com o delegado encarregado do caso (Jeffrey Donovan) impondo suas declarações numa outra lógica e deixando de lado as afirmações da mãe. Da prisão em um hospital psiquiátrico aos choques para referenciar a “verdade policial”, contudo, Christine consegue aliados através de um ativista local, o Reverendo Briegleb (John Malkovich) e passa a outra seqüência de buscas e declarações públicas do fato até chegar a episódios fatais e a ocorrências de tortura e morte que demonstram a corrupção no LAPD.
“A Troca” envolve três eixos principais do texto narrativo. No primeiro, a construção dos tipos; no segundo a exposição do fato principal e exploração das personagens criando vértices para outros dramas; e no terceiro, a sublinearidade dos dois primeiros, apontando a dimensão crítica das instituições.
Estão, nos referentes do primeiro eixo, o tipo vivido por Angelina Jolie, o filho Walter e todos os demais, num demonstrativo de que, a cada momento essas figuras se relacionarão através do evento principal e serão refeitas conforme as ocorrências. A seqüência do instante em que a mãe sai para o trabalho extra e a câmera explora dois planos dela e do filho que observa de dentro de casa, por trás da janela, reflete duas situações não só a suposta visão antecipada da perda entre os dois. Isto é dado pelo diálogo anterior a esse momento – sobre o pai que não conhece o filho e jamais soube de seu nascimento; e sobre o agendamento de um novo programa de lazer em outro dia – reduzindo o impacto de uma estereotipia que poderia ser sentida na narrativa. A câmera em dois ângulos ao tomar a distancia o filho, deixa pensar na amargura dele pelo lazer desfeito. Além do mais, o roteiro não evidencia que a criança fica fora de casa quando a mãe sai. Isto é suposto, já no segundo estágio da ocorrência, quando Christine busca o filho pelos arredores da casa e questiona os colegas vizinhos sobre terem visto seu filho por lá.
No segundo aspecto, os vértices que se abrem apontam para o drama da mãe exposto no trabalho, no relacionamento com os policiais, com a Igreja, com a imprensa, com as pessoas que convivem em Los Angeles, com a justiça e, destas, com outras revelações que se tornam proeminentes e assinalam facetas não esperadas quer seja da polícia (que deixa de ser vista como um bloco unânime quando outro policial deixa de seguir ordens superiores com indícios do caso), da igreja (na pessoa do reverendo que quer usar o caso de Christine como causa contra a milícia de L.A.), da medicina (a serviço da polícia), e da justiça (não convertendo o fato em político, mas deixando que o júri estabeleça os contornos necessários para a condenação do réu ou, melhor, dos réus).
Quanto à crítica às instituições que o filme explora não atinge somente o comportamento dos policiais da LAPD, mas da política que subverte as intenções daqueles em acabar com a violência em LA. A denúncia à corrupção e ao “fazer crer” da milícia em supostas histórias de triunfalismos para “mostrar serviço”, é compactuado com o governo local onde arbitrariedades são consumadas “em nome da lei”. Sobre o motivo que levou Clint Eastwood a evidenciar um caso ocorrido no final dos anos vinte para os dias atuais li comentários que fazem a ligação com a reação do governo Bush sobre a situação do Iraque, forjando provas para daí extrair uma guerra. Minha opinião é de que a preocupação do diretor visa as instituições de um modo geral que açambarcam insensatez contra os direitos humanos.
Cotação – ( *****) Excelente

Luzia Miranda Álvares

segunda-feira, 12 de janeiro de 2009

TRÊS FILMES


Este fim de semana, vi três filmes que merecem serem comentados. "O Dia em que a Terra Parou" é uma refilmagem ruim e é aquilo que se esperava de uma produção hollywoodiana que custou tanto dinheiro para ser realizado e que tem seus compromissos comerciais acima de tudo. Com um roteiro fraco, que não explora as questões filosóficas do clássico de Robert Wise produzido em 1951, o filme tem poucos momentos interessantes que quando surgem, são rápidos e mal explorados. Com cenas desnecessárias e fracas atuações, o filme não consegue ser mais do que apenas uma superprodução bem feita, nos moldes do cinema americano de hoje. É uma pena. Já "Lanchonete Olympia" de Steve Barron é justamente ao contrário. É uma produção independente, livre, que explora as possibilidades de uma filmagem digital para contar a história de um imigrante timído que trabalha numa lanchonete de Nova York e é testemunha de várias situações e que tem que enfrentar suas dificuldades de se adaptar e se relacionar com as pessoas. Brilhante em vários momentos, o filme impressiona e revela que existe sim vida inteligente no cinema. Veja sem falta. Para terminar, vi "A Troca", mais um grande filme do veterano Clint Eastwood, que maravilhosamente dirige uma história emocionante sobre uma mãe que tem seu filho sequestrado. Sem exageros, Eastwood conta o drama de uma forma envolvente, séria e reveladora. Desde já, "A Troca" é um dos melhores filmes deste ano.

Marco Antonio Moreira

"O MORRO DOS VENTOS UIVANTES" NO CINE CLUBE ALEXANDRINO MOREIRA


A parceria da ACCPA com o IAP (Instituto de Artes do Pará) vai iniciar em 2009 com a exibição do filme "O Morro dos Ventos Uivantes" de William Wyler no Cine Clube Alexandrino Moreira, dai 19/01 (segunda-feira), às 19 h, com entrada franca. O filme completa este ano 70 anos de seu lançamento e inicia dentro da programação feita pela ACCPA, a exibição de uma série de filmes importantes da história do cinema que foram produzidos em 1939 e que este ano completam 70 anos de produção. Entre os filmes que serão exibidos dentro deste conceito, sempre com apresentação e posterior debate entre os espectadores, está o clássico "O Corcunda de Notre Dame" com Charles Laughton. A seguir, texto do crítico Pedro Veriano sobre o filme que consta no Informativo da ACCPA que será distribuido no dia da exibição do filme:
"O MORRO DOS VENTOS UIVANTES"
(Wuthering Heights)
Ano de produção- 1939
Produtor- Samuel Goldwyn
Diretor- William Wyler
Roteiro- Bem Hetch e Charles MacArthur baseado no romance de Emily Bronté
Elenco- Laurence Olivier, Merle Oberon, David Niven, Donald Crisp, Geraldine Fitzgerald.
RESUMO – O dr. Earnshaw (Donald Crisp) fazendeiro em Yorkshire (Ingl) no século XIX, chega de uma viagem trazendo um garoto que achou na rua chamado Heatchcliff. O menino, que logo demonstra um gênio indomável, passa a conviver com os familiares de Earnshaw especialmente a garota Catherine, de sua idade. O tempo passa e a amizade das crianças ganha a força de uma paixão. Complexado por sua classe social, Heatchcliff é um revoltado e um dia foge de casa por achar impossível uma união com quem chama de Kathy. Anos mais tarde ele volta milionário, mas encontra a jovem casada e a fazenda nas mãos do irmão de Katherine, em franca decadência. Retomar o relacionamento torna-se difícil mas ele não desiste comprando o lugar. A doença e morte de Kathy destroem de vez os seus planos.
IMPORTANCIA HISTÓRICA-O filme não traduz inteiramente o romance original, podendo-se considerar que trata apenas de uma parte dele. Mas o excelente roteiro se importa muito mais com a história de amor e consegue fazer uma das mais belas da história do cinema com interpretações magistrais de Laurence Olivier e Merle Oberon.O clima de angustia que cerca as personagens é conseguido com uma introdução e um epílogo que mexem com misticismo. Mas é a fotografia de Gregg Tolland que dá o tom exato para se medir a qualidade do filme, observando-se que foi todo feito em estúdio, até nas cenas das crianças brincando no campo.
CURIOSIDADE-”O Morro dos Ventos Uivantes” é um dos primeiros filmes americanos do grande ator inglês Laurence Olivier (1907-1989). Na época ele namorava a conterrânea Vivien Leigh que filmava a poucos metros dos estúdios de Samuel Goldwyn “...E O Vento Levou” para David O. Selznick. Os dois se encontravam nos intervalos de filmagem e isto não seria um simples romance paralelo aos seus papéis se ambos não fossem casados.O filme de William Wyler figurou entre os melhores de um ano pródigo para Hollywood: 1939. (Pedro Veriano)
Marco Antonio Moreira

HISTÓRIAS DE VAMPIROS


Histórias de vampiros sempre fizeram sucesso nas artes, em especial no cinema. Clássicos como "Nosferatu", de F.W. Murnau, ou mais recentes, como "Drácula", de Francis Ford Coppola, lotam salas e mostram a força desse personagem na tela grande. Filmes de vampiros com adolescentes também são uma grande atração, como foi "Garotos perdidos", de Joel Schumacher. Agora, a franquia dos "dentes pontiagudos e sedentos de sangue" ganha mais um reforço com a chegada de "Crepúsculo", direção de Catherine Hardwicke, que está em cartaz em Belém no Castanheira 6 (dublado) e Iguatemi 1 (legendado).A trama é baseada no fenômeno de vendas que é o best seller homônimo escrito por Stephenie Meyer. Não li o livro (que já rendeu três continuações), mas o filme é de uma chatice atroz. É uma história muito, muito chata, que abusa dos clichês do gênero e, mesmo assim, não se salva. A adolescente de 17 anos Bella (Kristen Stewart), que morava com a mãe, decide passar um tempo com o pai (Billy Burke), na pequena e chuvosa cidade de Forks, em Washington (DC). Ao chegar, a mocinha se depara com as dificuldades de adaptação, mas logo lhe chama a atenção uma família de cinco irmãos, filhos adotivos do médico da cidade, em especial Edward (Robert Pattinson), que é da mesma turma que ela, dividindo, inclusive, a mesma bancada.O rapaz logo dá mostra de que não gostou da menina, tanto que some. Quando retorna, mostra-se mais acessível e por isso, Bella percebe que a cor dos olhos do rapaz não é mais a mesma. A relação continua tensa, até que um dia, inesperadamente, ela a salva de um acidente quando o carro de um colega deles perde o controle e quase esmaga a menina. Bella não consegue entender como Edward cruzou tão rapidamente o estacionamento da escola e como parou, com uma das mãos, o carro desgovernado. Mais intrigada ela fica quando conversa com um colega, que descende de uma antiga tribo indígena local, e ele faz insinuações sobre a origem da família de Edward, os Cullen. A mocinha, com a ajuda do Google (é, querem o quê? A moça tem laptop e celular, afinal ela é moderna), faz pesquisas e conclui que Edward e todos da família dele são, na verdade, vampiros de antiga linhagem.
Bella confronta Edward, que confirma a sua condição, mas enfatiza que sua família é de vampiros que não se alimentam de sangue humano. E revela que o cheiro de Bella é como uma droga para ele, que ele nunca desejou tanto o sangue de alguém. Ela, já apaixonada, diz que confia nele e que sabe que ele nunca irá atacá-la.A vida parece correr tranquila, mas duas pessoas são mortas misteriosamente e o pai de Bella, que é policial, começa a investigar. No dia em que Edward leva Bella para jogar beisebol com a família dele, surgem os autores das mortes: três vampiros sanguinários, cujo membro mais jovem, James (Cam Gigandet) é um grande predador. Ao lado de Victoria (Rachelle Lefevre), a outra vampira do grupo, passa a perseguir Bella, que é defendida pela família Cullen.As cenas de perseguição são as únicas que dão um certo alento neste filme tão morno. O filme é bem linear, traz alguns elementos novos como o fato dos campiros circularem de dia e, principalmente, prega, indiretamente, uma volta aos velhos tempos da valorização da castidade: Edward quase nem toca em Bella, o único beijo entre eles é o mais casto possível e eles passam a noite juntos, ele velando por ela e ela, dormindo como um anjo. E o mais importante: essa condição faz enorme sucesso.E não é apenas porque, como bom vampiro que se preze, Edward é lindo (Robert Pattinson foi o Cedrico, de "Harry Potter e o cálice de fogo"). Lindo, mas chato. Ai, que saudade do vampiro Lestat, de "Entrevista com vampiro", de Anne Rice. Edward está mais para o Louis da série. O que mata mesmo em "Crepúsculo" é a lentidão, a linearidade e a falta de emoção no quesito susto. Mas é um sucesso. Fazer o quê? Com o final em aberto que fica na história, já se espera a segunda aventura "Lua nova", que será lançado em 2010. E é isso...

Dedé Mesquita

quarta-feira, 7 de janeiro de 2009

"LANCHONETE OLYMPIA" NO MOVIECOM ARTE


PROJETO MOVIECOM ARTE
Programação de 09 à 15/01

“LANCHONETE OLYMPIA”
Duração : 85 minutos
Horário : 14:00 h
Classificação Etária : 14 anos
Sinopse : Misturando realismo e fantasia, narra o cotidiano de uma decadente lanchonete no subúrbio de Nova York que é ponto de encontro dos imigrantes. Entre funcionários e fregueses, todos mostram a angústia de ser estrangeiro numa América de paranóias e terrorismo, enquanto um gigantesco pôster (o cartaz do filme) ensina aos freqüentadores como salvar uma vítima de asfixia. Elogiado filme “indie” do diretor Steve Barron, que dirigiu clipes para David Bowie, Culture Club e Michael Jackson.
APOIO: LOJAS VISÃO e ACCPA (ASSOCIAÇÃO DOS CRÍTICOS
DE CINEMA DO PARÁ)
LAGRIMAS CANINAS

Anos de cinemania não tinham me ofertado a decepção e ir a um cinema e não entrar por causa da lotação esgotada. Aconteceu quando eu fui ver, despreocupadamente (pois não esperava bulhufas do filme), “Marley e Eu”(Marley & Me). Como sou teimoso, repeti a dose. Saí de casa pouco depois do meio-dia de uma simples 3ª.feira e consegui ingresso (folgado) para a sessão de 12,50.
Entrei na sala de projeção indagando a mim mesmo o que é que esses novos filmes têm para dar tanto público. Claro que na qualidade de fã desta artindustria gosto de ver casa cheia. Nessas horas a gente tem um pouco de Hemmingway: aceita que os sinos possam a dobrar em nosso favor.
À saída compreendi o motivo do fascínio que mais um filme cachorro está fazendo desde o seu porto de origem. Falta violência. E a ausência de violência também faz a fatura de “Madagascar 2” e, de certa forma, de “Crepúsculo”, onde o violento está a serviço da fantasia ou do que antes metia medo(hoje vampiro é namorado feloz).
Owen Wilson, um dos “penetras bom de bico”, ou seja, um cara enjoado que me pareceu gêmeo de Jason Biggs e Adam Sandler, faz um jornalista que ao se casar adota, junto com a mulher (Jennifer Aniston), um cachorro. Seria o “trailler” para quando chegassem a ser papai e mamãe. Mas logo percebem que o bicho requer cuidados de super-herói, especialmente se for de uma raça como a labrador (chega a 50 kg de peso).Desarrumando a casa e metendo medo quando chega o primeiro bebê, Marley acaba conquistando os donos. O filme trata do casal, da prole, do au au, da profissão do patriarca e também da matriarca, e ainda de uma ligeira rixa entre marido e mulher na fase de DPP (Depressão Pós Parto). Nada de aterrorizante, nem mesmo o fato de haver assaltos a mão armada nas casas vizinhas (tão nosso isso aí !...). Narrando como bom contador de história, David Frankel (“O Diabo Veste Prada”) vai até à morte do animal. Aí o filme, com base num “best-seller” de amplitude internacional, Explicita um quadro melodramático para derreter corações moles. Há quem saia do cinema lagrimando. OK, Wilson é canastrão que passa anos de vida de seu personagem com a mesma cara, o enfoque é demasiadamente domestico para muitos paladares, mas o cachorro está longe de ser um “salvador da pátria” como seus ancestrais (Lassie, por exemplo) e não dá um só golpe de herói nas aventuras (?) familiares. Mas por ser um filme sem emoções, sem parentesco com os “thrillers” e sem apavorar quem quer que seja (exceto os que exigem obra-prima à la carte) é um programa divertido. Pelo menos eu não olhei para o relógio.
O cinema de amenidades está longe de ser desprezível. Quando não é (e isto é importante) chato. E “Marley” é chato. Mesmo para quem não tem cachorro em casa. (Pedro Veriano).
ENQUADRAMENTO DISCUTIVEL

A gente aprende até por intuição que os planos próximos pedem que o olhar do espectador se dirija ao objeto. É aquilo que se vê na tela, sem que as laterais importem. Por causa disso, o normal em closes é a tela pequena, do velho “fullscreen” ao panorâmico atual (widescreen) sem ser anamórfico, ou seja, sem usar as lentes que aquele francês criou e chamou de “cinemascope”. Pois Selton Melo, na sua estréia de diretor, usa o plano próximo como Dreyer usou em “A Paixão de Joana D’Arc” e anos depois Patrice Chéreau usou em “A Rainha Margot”. Por quê ?
O enfoque de Darlene Gloria como mãe alcoólica parece uma pesquisa microscópica de tecido epitelial. Há evidencia de maquilagem nos clilios, de rugas, de suor, enfim, detalhes que acabam subtraindo as expressões faciais da atriz. Também há uma opção pela fotografia sem spots que acaba por prejudicar ao invés de auxiliar a narrativa. Compreende-se que o diretor quis usar o escuro de forma funcional, mas o aspecto “dark” generaliza de tal forma que não se dimensiona um hiato de humor quando o principal personagem encontra os amigos de outros tempos.
“Feliz Natal”(Brasil/2008) sofre de uma ambição de genialidade que cerca muitos primeiros filmes. Mas ainda assim tem bons momentos, e apesar de eu achar de extremo mau gosto o suicídio de uma criança, o final (como o inicio)é criativo, e no caso do final a analogia de cortinas que abrem e fecham em dois tempos.
O cinema nacional precisa de mais humor e mais simplicidade. Não é à toa que as comédias bobas atraem mais platéia. É ruim para a cultura mas é o remédio para a industria. (Pedro Veriano)

segunda-feira, 5 de janeiro de 2009

ACCPA E OS MELHORES DE 2008


ACCPA E OS MELHORES DE 2008
(Luzia Miranda Álvares)
Na noite do ultimo dia 23, os membros da crítica de cinema local reuniram-se, como de praxe o fazem há 46 anos (1962-2008), para escolher os melhores filmes que, a seu ver, sobressaíram nos programas de cinema em Belém. Presentes na ocasião: Pedro Veriano (Voz de Nazaré), Marco Antonio Moreira(Troppo), Dedé Mesquita(Amazônia Jornal), José Otávio Pinto(Mendes Publicidade), Fernando Segtovich(cineasta), Arnaldo Prado Jr (pioneiro da crítica)., José Augusto Pacheco (programador de cinemas altenativos), Francisco Cardoso(Cine Unama) e Luzia Álvares(O LIBERAL) que foram além da definição de suas escolhas, confraternizaram e avaliaram algumas políticas importantes implementada pelo presidente da ACPPA. Três colegas que faltaram por alguma razão, enviaram suas listas: Acyr Castro (fundador da APCC), Maiolino Miranda (pioneiro da critica local) e Adolfo Gomes (hoje residente em Savador). A relação final demonstra a valorização dos programas extras exibidos em espaços culturais e cinemas comerciais que contribuíram com alguns títulos.
Iniciando o evento, Marco Antonio Moreira, o atual presidente da entidade fez um balanço do que havia procurado agregar em torno do cinema entre nós, quer tenha sido a programação-parceira com outras entidades como o Instituto de Artes do Pará (IAP), a Escola do Governo, o Espaço Cultural Cine Olympia, quer a criação de mais um canal de formação de platéias como o Moviecom Arte, a participação em debates, mesas redondas e, também, convite a intelectuais para intrvenção com a platéia sobre filmes escolhidos para certas ocasiões. O Curso de Cinema em parceria com a Associação Cristã e Cine UNAMA, ministrado por Pedro Veriano e por ele próprio também foi evidenciado. Outras conquistas: o www.accpara.blogspot.com (intencionando que todos os associados contribuam com opiniões sobre cinema), a logomarca (aprovada por todos no ano passado), parti cação no Youtube, a carteira de identificação de associado e a de entrada nos cinemas da Empresa Moviecom; a parceria com as videolocadoras FOXVIDEO e BLOCKBUSTER. Marco foi além dessa apresentação ao considerar estar dando prosseguimento ao que já havia sido realizado por Pedro Veriano e os demais presidentes como Acyr Castro e Luzia, que imprimiram incentivo pelo amor ao cinema em Belém.
A relação geral dos melhores filmes e demais categorias mencionadas nas 14 listas individuais considerou os lugares conforme os pontos (de 10 a 1) obtidos pelos filmes e assim, houve 9 posições que definiram os 10 títulos da síntese geral.

Melhores Filmes – Relação Geral ACCPA

1º Sangue Negro (These Will Be Blood/EUA , 2007) de Paul Thomas Anderson – 82pts
2º Império dos Sonhos (Inland Empire/ EUA/Polônia/França,2006) de David Lynch – 55 pts
3º Na Natureza Selvagem (Into the Wild/EUA, 2007) de Sean Penn – 35 pts
4º Batman, O Cavaleiro das Trevas (The Night Warrior/EUA,2008) de Christopher Nolan – 34 pts
Onde os Fracos Não Tem Vez (No Country for Old Men/EUA,2007) de Joel e Ethan Coen – 34 pts
6º Medos Privados em Lugares Públicos (Couers/França,2006) de Alain Resnais – 27 pts
7º A Culpa é do Fidel (La Faute a Fidel/França,2007) de Julie Gavras – 23 pts
8º O Sonho de Cassandra (Cassandra’s Dream/EUA,2007) de Woody Allen – 21 pts
9º Em Busca da Vida (Sanxia Haoren/China, 2006) de Zhang Ke Jia – 20 pts
10º Longe Dela (Away From Her/Canadá, 2007) de Sarah Polley – 19 pts

Outras categorias:

Diretor - - Paul Thomas Anderson e David Lynch - 4 pts.
Ator – Daniel Day Lewis por “Sangue Negro” - 9 pts
Atriz – Marion Cottillard por “Piaf”- 6 pts
Ator Coadjuvante – Heath Ledger (Batman, Cavaleiro das Trevas) – 5 pts
Atriz Coadjuvante – Rachel Weisz ( Um Beijo Roubado) e Marisa Tomey (Antes que o Diabo...) – 2 pts
Montagem – David Lynch ( Império dos Sonhos) – 3 pts.
Direção de Arte - Mark Bartholomew, James Hambidge, e outros (Batman) – 3 pts
Roteiro Original – David Lynch (Imperio dos Sonhos) – 4 pts.
Roteiro Adaptado – Jon Krakauer e Sean Penn (“Na Natureza Selvagem“); Paulo Thomas Anderson (“Sangue Negro”) e Ethan e Joel Cohen (Onde os Fracos ...) – 2 pts.
Direção de Arte – Colin Freeman, David Warren e Francesca Lo Schiavo (“Sweed Todd..”) – 3 pts.
Fotografia – Robert Elswit (“Sangue Negro”) – 3 pts.
Música – Michael Brook, Kaki King e Eddie Vedder (“Na Natureza Selvagem) – 2 pts.
Figurino – Marit Allen ( Piaf ) – 4 pts.
Efeitos Especiais – Michael Bradley e equipe (Batman) – 7 pts.
Animação – WALL-E – 6 pts.
Documentário – “Jogo de Cena”, de Eduardo Coutinho – 6 pts.
Reprise – “Gritos e Sussurros”, de Ingmar Bergman – 5 pts.

Dois filmes relacionados entre os melhores foram lançados pelo circuito Moviecom; um pelo Cine Libero Luxardo; três pelo Cine Estação e um pelo Cinema 2. três pelo Moviecom Arte Alguns desses filmes já foram editados em DVD, no Brasil. Do grupo, seis são norte-americanos, dois franceses, um canadense, um chinês.
O filme vencedor esteve em todas as listas individuais.
Dentre as grandes bilheterias do ano figurou, na relação dos críticos, “Batman”. Os chamados “blockbusters”, como sempre, não foram mencionados.
Como acontece todas as vezes em que concorre, Woody Allen fatura uma posição entre os melhores. Este não ano não foi diferente. ”O Sonho de Cassandra” manteve a tradição.
Entre as moções especiais votadas no encontro destacaram-se:

1) às empresas Moviecom, pelo incentivo ao cinema local ao criar mais salas de cinema no Pará; e a inauguração do Moviecom Arte, com apoio da ACCPA e Lojas Visão;
2) a Marco Antonio Moreira, pelas atividades e conquistas feitas em nome da ACCPA;
3) moção de pesar pelo fechamento dos Cinemas 1, 2 e 3.
O destaque especial do ano coube ao cineasta brasileiro Eduardo Coutinho, e o conjunto de sua obra que vai receber certificado desta moção conferido pela ACCPA.
A lista individual de cada membro da Associação segue abaixo:

Luzia Miranda Álvares
1)Sangue Negro (These Will Be Blood/EUA , 2007) de Paul Thomas Anderson
2)A Culpa é do Fidel (La Faute a Fidel/França,2007) de Julie Gavras
3)Desejo e Reparação (Atonement/Inglaterra, 2007) de John Wright
4)Na Natureza Selvagem (Into the Wild/EUA,2007) de Sean Penn
5)A Casa de Alice (Brasil, 2007) de Chico Teixeira
6)Antes que o Diabo Saiba que Você Está Morto (Before Devil Knows Your’e Dead/EUA,2007) de Sidney Lumet.
7)Irina Palm (Bélgica, Alemanha,2007) de Sam Garbarski
8)O Escafandro e a Borboleta (Le Scaphandre et le Papillon/França.Suiça 2007) de Mathieu Amalric
9)4 Meses, 3 Semanas e 2 Dias (4 Luni, 3 Saptamâni si 2 Zile/Romenia,2007) de Christian Mungiu
10)O Sonho de Cassandra (Cassandra’s Dream/EUA, 2007) de Woody Allen

Pedro Veriano
1)Sangue Negro
2)Na Natureza Selvagem
3)Longe Dela
4)Em Busca da Vida
5)Antes Que O Diabo Saiba Que Você Está Morto
6)A Culpa é do Fidel
7)Desejo e Reparação
8)Sonho de Cassandra
9)A Casa de Alice
10)4 Meses, 3 Semanas E 2 Dias

Acyr Castro
1)Sangue Negro
2)O Nevoeiro, de Frank Darabont
3)Linha de Passe, de Walter Salles e Daniella Thomas
4)O Assassinato de Jesse James pelo Covarde Robert Ford
5)Batman - O Cavaleiro das Trevas, de Christopher Nolan


Maiolino Miranda
1)A Idade da Inocência (Denys Arcand)
2)Piaf, Um Hino ao Amor ( Oliver Dahan)
3)O Sonho De Cassandra
4)Longe Dela
5)O Escafandro e a Borboleta (Mathieu Amalric)
6)A Sombra de Goya (Milos Forman)
7)Faces (John Cassavettes)
8)Irina Palm (Sam Garbarski)
9)Desejo e Reparação (John Wright)
10) Medos Privados em Lugares Públicos


Arnaldo Prado Jr.
1)Império dos Sonhos
2)Luz Silenciosa, de Carlos Reygadas
3)Medos Privados em Lugares Públicos
4)A Via Láctea, de Lina Chamie
5)Fim dos Tempos, de M. Night Shyamalan
6)O Assassinato de Jesse James pelo Covarde Robert Ford
7)Uma Mulher Sob Influência, de John Cassavetes
8)Sangue Negro
9)Paranoid Park, de Gus Van Sant
10)Control, de Anton Corbjin

Marco Antonio Moreira Carvalho
1) Na Natureza Selvagem
2) Império dos Sonhos
3) Sangue Negro
4) Onde os Fracos não tem Vez
5) O Escafandro e a Borboleta
6) O Sonho de Cassandra
7) Fim dos Tempos
8) A Banda, de
9) The Brown Brunny
10)O Assassinato de Jesse James pelo Covarde Robert Ford

José Augusto Pacheco
1)Sangue Negro
2)Paranoid Park
3)O Império dos Sonhos
4)Em Busca Da Vida
5)Não Estou Lá,
6)Luz Silenciosa
7)O Sonho de Cassandra
8)Batman – O Cavaleiro Das Trevas
9)O Assassinato De Jesse James Pelo Covarde Robert Ford
10) Onde Os Fracos Não Tem Vez

Dedé Mesquita
1) "Sangue negro"
2) "A culpa é do Fidel"
3) "Vick Cristina Barcelona"
4) "Senhores do crime", de David Cronenberg;
5) "Batman - o cavaleiros das trevas"
6)"Juno", de Jason Reitman;
7) "Fôlego", de Kim Ki-duk;
8) "Onde os fracos não têm vez"
9) "Não estou lá", de Todd Haynes;
10) "Antes que o diabo saiba que você está morto", de Sidney Lumet.

Francisco Cardoso
1)Medos Privados em Lugares Públicos
2)Na Natureza Selvagem
3)Um Beijo Roubado – Kar Wai Wong
4)Sangue Negro
5)Onde os Fracos não têm vez
6)Irina Palm
7)Longe Dela
8)Piaf , um Hino ao Amor – Oliver Dahan
9)Vicky Cristina Barcelona
10)Desejo e Reparação

José Otávio Pinto
1) O Império dos Sonhos
2)Uma Mulher sob Influência, de John Casavetes
3)Fôlego, de Kim Ki-duk]
4)Sangue Negro
5)Em Busca da Vida, de Jia Zhang-ke
6)Medos Privados em lugares Públicos
7)Faces, de John Cassavetes
8)Brown Bunny, de Vincet Gallo
9)Vale Abraão, de Manoel de Oliveira
10)Paranoid Park, de Gus Van Saint

Fernando Segtowick
1)O Império dos Sonhos
2)Batman - O Cavaleiro das trevas
3)Onde os fracos não têm vez, de Joel & Etan Cohen;
4)Sangue Negro
5)Não Estou Lá
6)Linha de Passe
7)Vick Cristina Barcelona
8)Medos Privados em lugares Públicos
9)Fim dos Tempos
10)O Homem de Ferro

Adolfo Gomes
1) Batman - o cavaleiro das trevas
2) Onde os fracos não têm vez
3) Império dos Sonhos
4)Cleópatra
5)Fim dos Tempos
6)O nevoeiro
7)REC
8)O Homem de Ferro
9) Em Paris, de Christophe Honoré
10) O Assassinato de Jesse James Pelo Covarde Robert Gordon

domingo, 4 de janeiro de 2009

'30 QUADROS POR SEGUNDO" NO MOVIECOM ARTE


De 02/01 à 08/01/09
“30 QUADROS POR SEGUNDO”
Com Justin Soto
Direção : Ed Ratke
Duração : 85 minutos
Genêro : Drama
Classificação Etária : 14 anos
Horário : 14:10 h
Sinopse : Grupo de adolescentes diverte-se pelas ruas de Nova York roubando câmeras de vídeo de turistas. Eles revendem os aparelhos, mas permanecem com as fitas. Com o material, montam um filme com as imagens roubadas de suas vítimas.
Apoio : Lojas Visão e ACCPA
Marco Antonio Moreira

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