terça-feira, 1 de julho de 2008

Jogo de Amor em Las Vegas

A idéia de tomar um porre em Las Vegas e acordar casado com Cameron Diaz é uma espécie de “non sense agradável”. Ainda mais quando por conta de uma ficha comprada por ela ser o ganhador de 3 milhões de dólares no caça-níquel. O caso é que a mulher gatissima e a fácil fortuna não parecem seduzir Ashton Krutcher no filme de Tom Vaugham vindo de um roteiro original (?) de Dana Fox: “Jogo de Amor em Las Vegas”(What Happens in Vegas). Trata-se de uma comédia absurda como tantas que Cary Grant fez sob ordens muitas vezes de gente grande como Howard Hawks. Mas como nesses casos o que vale é a desenvoltura do elenco,e a dupla Kutcher-Diaz parece bem melhor do que, por exemplo, Rock Hudson & Doris Day (“Confidencias à Meia Noite”, “Não Me Mandem Flores”). Rir do que se vê é uma questão de temperamento e de situação na hora do cinema. Se você está aperreado com algum problema, desses que massacram a cuca, pode até deixar a sessão no meio.Mas se encarnar na sorte do galã, o que pode reclamar é a sacanagem dele em atormentar a vida de uma garota como a Cameron (o troco que ela dá não fere tanto).
Hollywood fez história com o que se chamava de “screwball” e/ou “sophisticated comedy”. Retomar o gênero é uma imposição do mercado. Na verdade o público pode se renovar em espécie, mas não em emoções. O valor que se dá ao matrimonio como instituição está em dezenas de filmes e agora mesmo, em DVD, há uma raridade inglesa: “O Divórcio de Madame X”. Nele o casal que brinca de se desencontrar antes do altar é composto por Laurence Olivier e Merle Oberon, um ano antes deles serem os melhores Heatchcliff e Cathy das muitas adaptações de“O Morro dos Vêntos Uivantes” (dirigida por William Wyler em 1939). Vai da valsa que até os deuses da arte das imagens em movimento deram espaço aos jogos de amor. Não necessariamente em Nevada.(Pedro Veriano).

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